sábado, 3 de janeiro de 2009


É absurdamente constrangedor o tipo de material com que se tem contato num passeio pelos canais legítimos da bisbilhotagem na internet. A que ponto a inclusão digital (ou incruzaum dijitau) é uma coisa boa? A que ponto vai a falta de noção e a ingenuidade das pessoas ao se exporem na internet? Depois do boom das câmeras digitais, em que não se precisa mais ir a um laboratório revelar suas fotos, veio também o boom dos escândalos na web: seja a menina que confiou no namorado escroto e mandou fotos nua pra ele, seja a outra que mandou a cpu pro conserto e o técnico achou os jpegs dela se tocando no quarto, ou a câmera roubada do casal travesso em férias que não teve tempo de descarregar as fotos marotas. O que eu já vi de foto de gente conhecida não tá no gibi.

Pois bem. Houve um tempo em que era legal ter um fotolog. Começou a virar mania lá por 2003, pouco antes do orkut virar febre. Na época, todos os amigos adeirram, e era muito divertido. Com o limite de um post por dia e as visitas e comentários diários nos fotologs uns dos outros, o povo meio que postava mais do que no uso de um blog. O canal cresceu tanto, a ponto de bandas, produtores e fotógrafos (que deveriam ser os principais usuários do serviço) usarem o veículo para divulgação de seus trabalhos. Era lindo. Dava pra paquerar, fazer amigos e ficar sabendo das baladas mais legais da cidade. Hoje os produtores, bandas e fotógrafos continuam a divulgar seus trabalhos, mas a graça que tinha, do uso social da coisa, foi toda pra cucuia. Toda a rede é um saco de falsidade, lobby mal feito, autopiedade e autoafirmação. "Troquei de namorada, atenção fotologgers". "Comprei um dvd, atenção fotologgers". "Fiz uma montagem zuando meu amigo, olhem todos"!

Triste. Falo com a propriedade de quem fez parte desse quadro seboso por 5 anos postando quase diariamente, e, descaradamente não descarto a possibilidade de um dia voltar, porém, ciente de toda a nojentice dessa gente. Assim como há os bufas, existem os espertíssimos, que sabem do alcance da ferramenta e constroem a imagem que querem pra si, e como essa imagem deve chegar ao alvo. Aplausos para esses, que também fazem do uso do orkut um instrumento brilhantemente sórdido.

Vilões à parte, falemos dos dementes. Olha só pra esse pessoal aí da foto acima. Sem querer julgar ninguém, putaqueopariu, olha só a cara desse pessoal. Como é quem botam uma foto deste velório com um gury fazendo pose com carinha marota perto do caixão? Num rolé básico pelo orkut você vê de tudo, e olhe que não estou falando das classes menos abastadas não, viu?

Bom crianças, a lição que fica é: cuidado com o que você mostra e como você se mostra na internet. Nem todos os que visitam suas páginas (myspace incluso) são seus amigos.

Um comentário:

  1. So true. Já que a gente não é famoso viramos papazzi de nós mesmos. É bem humilhante.
    Eu ´stalko´ as pessoas e me refiro a muita gente como /fulano mas esse ano paguei todos os meus pecados.
    Com tudo isso eu ainda não desisti do lado positivo: reencontrar amigas de 15 anos atrás que eu tinha dado como perdidas e receber dicas legais de alguém que já fez a mesma viagem tempos atrás.

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