Alguns meses atrás decidimos que eu ia trocar de carro. Falo no plural porque ser doutoranda no Brasil não te dá muitas possibilidades materialistas, então conto com a ajuda do meu papai para essas coisas. Ele queria um carro decente, o meu estava bem acabado e dava mais dor de cabeça do que solução - um Celta 2001 (?) que desde que saiu da concessionária deu milhares de chiliques. A primeira idéia foi o Picanto da KIA, o completão mais barato do mercado. Apaixonei-me pela sua descrição no site: direção elétrica, câmbio automático, vidros elétricos, saída pro meu querido ipod (que eu ainda não tenho, mas seria um grande estímulo!), cores incríveis e um bom preço. Eu já estava batendo o martelo até que fomos ver a belezura na concessionária e descobri o que faltava no Picanto, espaço. A mala mal cabia uma mochila, apesar do espaço interno para os passageiros não ser assim tãããooo minúsculo. Talvez se eu ainda morasse na Europa e tivesse a audácia de ter um carro eu pensasse no Picanto com suas dimensões perfeitas para a disputa milimétrica por vagas nas ruas de Madri. Não é o caso. Eu moro em Salvador e sei estacionar. Meu pai ainda se preocupou com o fato de ele ser 1.0, mas, de acordo com o senhor antipático que vendia, isso não era problema porque ele tinha X válvulas ou X cavalos, já não me lembro mais. Ok, next. Passamos por acaso na frente da Peugeot e resolvemos entrar. A entrada já foi curiosa com um pagode muito alto e mulheres vestidas de policiais eróticas (sim, um shortinho preto minúsculo e um cassetete na cintura) entregando os panfletos todos e uma mulher (também antipática) que pedia até o número que você calça antes de você poder ser atendida por alguém. O 206 é um ótimo carro e eles estavam quase dando de graça. O modelo que estava em exposição era todo completo, também com câmbio automático que era um pré-requisito para o meu provedor. O dando de graça tinha o seu preço, estava perto do lançamento do 207 e meu pai todo desconfiado de que o carro ia sair de linha. Pra completar, soube de um bando de gente que a única concessionária da Peugeot em Salvador é péssima e que dava muita dor de cabeça quando eventualmente você tinha problemas com o carro. Ok, next! Fomos ver o C3 e foi a minha maior decepção automobilística de todas, o carro vem pelado. É isso, não existe uma porra de carro completo! O mais completo de todos vem sem caixa de som!!! Isso mesmo, sem caixas de som!!! Têm certas coisas que já devem vir em um carro pra me conquistar e música é uma delas. Bonitinho mais ordinário. Ok, neeeext! Fiat. Sempre escutei que a Fiat dá muitos problemas, mas todas as minhas amigas que tem um Palio nunca reclamaram. Eu acho o Palio um carro atraente, mas fomos lá porque meu paizinho tava namorando o Punto. Foi amor a primeira vista, já que o carro é lindo, super bem equipado e o Punto esportivo era uma coisa fofa de meu Deus! Não tinha opção de direção hidráulica, assim como o C3 (que parece que agora já tem, né?), mas não era a proposta do carro. É um carro pra quem gosta de carro e quem gosta muito de dirigir adora passar a marcha. Acontece que o preço não era tão bonito, muito fora da minha realidade, mas ali sim é carro de verdade. A rima não foi proposital, mas eu faria fácil-fácil uma poesia pro Punto que é um carro incrível, tão incrível que eu não preciso falar dele. Depois, lendo na internet , eu soube de uns defeitinhos que seriam corrigidos na nova versão que eu acho que já saiu ou tá no forno.
O resumo da ópera é que meu pai comprou um carro pra ele e eu fiquei com o antigo dele. Fizemos os dois um bom negócio. E chega de falar de carro que ficou chato!
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