sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

The Sopranos - foi bom enquanto durou


Lá por 2001 quando fui apresentado à Família Soprano, saquei que era uma série foda e que me seguraria na frente da televisão. Classuda, cômica, dramática, alternando emoções, e criando entre telespectador e personagens, uma verdadeira relação de amor e ódio. É normal num mesmo episódio você achar fulano um cuzão, e antes do fim dos 50 minutos estar torcendo por ele, ou satisfeito com alguma coisa bacana que ele fez.

Só agora no fim de 2008, Nanica me presenteou com um superbox de DVDs com todas as temporadas de The Sopranos, e iniciamos um hábito quase que diário que fará muita falta, uma vez que a série só dura seis temporadas – e acabou a contragosto da HBO, que viu os Sopranos serem sucesso de público e crítica ao longo de todos os 7 anos em que foi exibida.

Não tem mistério não. A série trata da rotina de Anthony Soprano, casado com Carmela, pai de Anthony Jr e Meadow, e que no momento em que somos apresentados a ele na série, o cara exerce na família o cargo de capo, que lidera sua equipe (com cada figura da porra) e presta contas aos superiores dele: seu tio, então capitão Corrado Soprano Jr, e o chefe da família, Giácomo “Jackie” Aprile. Só que, meio que abruptamente, Tony é “forçado” a subir de posto e vira chefe da parada: Jackie morre de câncer e Junior é indiciado, não podendo exercer o cargo de big boss. É aí que a putaria começa.

Só que, o contraponto da história e que torna a coisa mais curiosa, é que os autores expõem também problemas comuns do dia a dia e não apenas questões do crime. É filho que não vai bem na escola, mãe idosa criando problema, bicho que invade quintal, contas a pagar, fofoca, etc. Ah! E o protagonista faz sessões de terapia com a doutora Jennifer Melfi (pernonas rules).

Ao longo das seis temporadas você conhece personagens fantásticos. Paulie Gualtieri, com sua pinta de malfeitor rockabilly old school, cheio de manias; Silvio Dante com seu topetaço (peruca, claro), ternos cafonas e sapatos bicolores; Ralphie Cifaretto, um dos filadaputas mais irritantes de todos; o bacana e bonachão Bobby Bacalieri; Christopher Moltisanti, o junkie; Salvatore “Big Pussy” Bompensiero; o chatíssimo chef Arthur Bucco; e uma das maiores personagens da série, Lívia Soprano, a mãe de Tony, interpretada por Nancy Charmand.

Uma coisa do caralho é o som. Após a finalização de cada episódio é que a música era inserida – e o David Chase, criador da parada, teve a sacada genial de jamais manipular as sensações do público com música. Nada de orquestrações, ou sugestões de temas de suspense, ou temas suaves pra mostrar os momentos fofinhos. Eles criaram uma equipe de consultores dentro da equipe (que contava com o músico – guitarrista de Bruce Springsteen – e ator, Steven Van Zandt, o Silvio Dante da série) que só trabalharam em cima de referências. Exemplo: num episódio lá da primeira ou da segunda temporada, o FBI começa a espionar a casa dos Sopranos, esperando todos saírem pra instalarem uma escuta (pra terem provas pra indiciarem Tony) – o tema escolhido? “I´ll be watching you” do The Police, em um mashup com algo que me foge agora.

Não vou mais explanar muita coisa aqui porque eu não tenho muito controle sobre spoilers e vou acabar falando merda. Mas vos digo: assistam. Vocês vão ficar com vontade de comer massa o tempo todo – na série a galera come pracaralho. Aos amigos, me proponho a copiar todas as temporadas pra vocês. É só me trazerem 30 dvds virgens que eu vos gravo tudinho. Emprestar, jamais, vocês sabem como sou chato.

E se preparem pra um dos desfechos mais geniais que uma série poderia ter.

Um comentário:

  1. Engraçado...teve um episodio que o principal estava la todo choroso e num bar, sofrendo de amor e ele coloca uma música na junkbox e a musica (anos 80) tocou inteira. Bateu records de download em sites pagos.
    Bem, efeito...Sopranos.

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